sexta-feira, agosto 31, 2007

Nem horizontal, nem vertical

Olhar um olho de lado é um exercício de esforço. Uma força horizontal. Nem sangue e escuro, nem praia e edifício. Vértices.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Um anel já basta
para tornar a mão um fluxo
em que o anel curto, ponte suicida
mimetiza o lugar de onde admiro tão intenso rio
que se estanca apenas para admirar quem o ignora mera mão.

domingo, agosto 26, 2007

Ele a levou prum riozinho escondido. Ela ia à frente, cantarolando. Só se virava para mirá-lo nos olhos e alargar o sorriso, e ele:

- Vamos pescar?

- ssss...

- Pecar?

terça-feira, agosto 21, 2007

perder a virgindade sem esquecer os óculos

sexta-feira, agosto 17, 2007

by Ismael Nery: Estátuas Vivas


Havia um pano e um homicida que esquartejava corpos dentro do pano, amontoando os pedaços até aparentar um corpo dentro do pano, a piada é que a cabeça era uma bunda flácida e o volume de pinto era a mão de uma criança, eram uns nervos tentando se religar, eram uns ossos crescendo ainda, juntando clavícula a fêmur, penetrando olhos e músculos, era um pano tinto sem se saber se de sangue ou de fábrica, era um pano que parecia cobrir um único corpo estancado.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Parafuso ou espelho no chão furo
Chapas de alumínio sujo nem é cinza
o buraco ou brilha ou breu
Dias passam velozes lá embaixo
sem pálpebras pára notar tons de cinza
se mesclando em chicletes repisados,
pó, coisa ainda menor, sapato de trampo,
em tudo virando cinza que seja morte
informe, sem nunca chegar lá.

domingo, agosto 05, 2007

a mente engana o corpo: masturbação, o corpo engana a mente: fé.

sexta-feira, agosto 03, 2007

SEM APERTAR OS OLHOS

Queimem meu passado!
Bicho geográfico não é tatuagem
Juro que prevejo em minhas pintas
Desenhos que farei de faca
Salivarei canibais em águas falsas
Saliva e aguardente
num gole de nanquim no papel
Vou além e aquém do nada
É piscar com esforço
Ataque de coruja
O rato chamado Agora é que é gigante.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Trecho importante de uma conversa e final só impacto

- Você é cruel...
- Você é burro.
- Posso até ser, mas jogar isso na minha cara só te faz mais cruel; ter visto quem você é, me faz um pouco menos burro. Quem sai perdendo?
- Você precisa de mim. Você sabe disso, e se eu fosse embora?
- O que você SABE é que eu te quero aqui, porra, mas não vou implorar
- implorar não é burrice, fraqueza
- principalmente quando é pra você, não é? sobretudo, quando não é você
- eu já implorei por alguém...
- Mas não aqui, não agora, não comigo, e quer saber? eu também não quero que implore, que peça desculpa, nem por ter me chamado de burro, nem por nada, fui eu que te chamei de algo primeiro, fui eu, isso você não vai me tirar...



















- Vai prà puta que te pariu...


- Vai você!... melhor: vai pro inferno, que é mais perto. Eu que quero sair daqui.