quinta-feira, novembro 02, 2006

A VIDA

A vida escorre como meias por fios de ouro que reluzem a sangue.

(Texto bem antigo) - LRP

quinta-feira, outubro 05, 2006

A LOBA é uma mulher de seios díspares.
Corre de quatro, as mãos são patas
Iguais aos pés, mas os seios diferem
Entre si um coração que divide
O que encontrou e ama em dois.
Um é menor que o outro,
Os seios
"Mas o leite é o mesmo",
pensa e vê dois de mesma fome.
Em posição de ataque,
Os ombros cobrem ambos;
Quando se masturba,
O braço esconde a menor
Estéril ambas: mãe e mama
Estéril ambos: seio e dor
Sabe que só um viverá
Sabe que escolhe o de maior testa, nariz, boca, queixo, pescoço, [umbigo ou pinto.

05/10/06 - LRP

domingo, agosto 13, 2006

Helicônia (Trecho Aleatório I)

Os deuses não morrem e dançam sem parar. Se adornam com facas e fações e se riem o tempo todo, de prazer e de escárnio, de nossas adagas. Morro e participo nu dessa dança por um segundo, em êxtase.


LRP

domingo, julho 23, 2006

Espero o silêncio ser quebrado
Ou será que já é o mar quebrando?
A angústia suspensa em esperança
Experimenta o sal do ar
e os peixes de luz:
São feixes de um mar mudo.

10/07/06 - LRP

domingo, abril 16, 2006

Nestor, Nestor...

Um só anel já basta
Para tornar toda a mão um fluido
Que torna o anel uma ponte suicida
Que me faz só observar de longe esse rio
Que dá de beber a dois sóis gêmeos que se põem
Entreabertos

sexta-feira, abril 14, 2006

Contra a a minha vontade, este blogue tem sido uma puta experiência de dialogismo mesmo em casos de monólogo...

HAHAHHAHAHAHAHAHA

...o autismo é sem-graça qdo transmitido...

MONOCROMIA

Caetano tem os olhos grandes. Sinto medo deles, castanhos, maciços. Piscam até que bem, bastante. São duas pinturas de terra numa parede acomodada: sinto todo o espanto que dois quadros gêmeos de terra informe e fecunda têm a oferecer ora pendurados, ora se camuflando na parede familiar de um lar. Sinto na boca o gosto do meu lar, embora nunca tenha me acostumado a estes olhos... Vejo-o pelo olho mágico. Se o lar é meu, a casa é minha: tenho as chaves. A nova batida é só mais um dos picos de meu medo perante a batida eterna: ele quer entrar. Escoro-me na porta de madeira. Marrom. Conforto e aflição.

LRP

domingo, abril 09, 2006

Poça

Ecomizo lâminas:
Tesouras & alicates
Unhas & cabelo crescem
Lentos,
Embora o tempo não faça sentido,
Anseio o encontro dos opostos:
Tudo é fio!
Limiar
O tempo age contra o poder,
Sobrevivem no domínio dos iguais
Amolo os metais
Mas numa unha me corto
Não faz sentido
Engolir o próprio cabelo
Nele se afogar
E olhar transbordar
Refletindo no gume.


LRP

sábado, abril 01, 2006

Um amor. Dois momentos. Dois poemas.

Falta sua barba em minha face
Seus olhos no meu corpo
Sem você,
Não há vaos por onde eu flua
Nem muros que me devolvam
Minhas lágrimas não preenchem
A gruta que seu mar fez em mim
E meus soluços não substituem
A maresia, maresia...
E além disso!, me diz,
Como se chora um deserto?


Sou todo ausência sua.


*

Você diz não se ter
Pra melhor se dividir
Se faz de vidro
E canta um mundo de pedra
Cacos de arco-íris
Não vão me seduzir:
Eu quero apertar
- Nem que seja um pinto mole -
Eu queria ouvir
Palavras nocauteantes
Bruscas...
Mas você é um sem-corpo de mil faces.

LRP

sábado, março 25, 2006

Com a ponta da unha
O tempo não se toca
Areia movediça
Só com a pele se nota
Grave de perdição
Repetida à exaustão...
Mergulho afogado.

LRP

domingo, março 19, 2006

Parece q aqui eu ñ posso remexer sem acrescentar... Que saco! "Nada a declarar"!, já que parece que não posso ter "nada a postar"!!

SELVA EM SUA ORLA

Tenho orgulho das coisas que te neguei. Elas crescem dentro de uma selva trancafiada. São seus olhos a única chave possível. Eu poderia tentar entrar de cambiarra, mas daria tanto trabalho... e dessas coisas fujo, só miro de esgueio para vê-la ainda maior e mais exótica, selva que me jubila negar a qualquer um que sobre ela tenha direito, ou seja: você, pois do modo que tenho agido, não teria direito nem de vistá-la aos fins de semana. Não encará-la mas ter a ilusão que posso invadi-la a qualquer momento que eu queira me faz dar risinhos em público. A cada esquinha, lá está ela: mais roxa e laranja do que verde! Que jogo gostoso cultivá-la nas beiradas das minhas memórias de você, como se eu tivesse achado uma brecha na lei marcial ou conseguido entrar com sorvete no cinema. Na euforia, não sei se você é um amigo de infância ou um funcionário no escuro, então roubo para mim o segredo que construo ao seu redor. Tão seu... Te gosto tanto... O meu dia é pura euforia... a cada esquina... Você que é uma ilusão! Você! Você!, que pertence ao estranho mundo em que as folhas não são laranjas por sua causa!

LRP

COCHILO NO BUSÃO

O ar carrega espinhos
Que só sinto sonolento
Há um veneno de torpor que assusta
Ao memso tempo que alimenta flores
Que duram um instante de escuridão
Dos despertos destraídos.

LRP

domingo, março 12, 2006

LIBERDADE, LIBERDADE!!!!!!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Olá!?