domingo, março 19, 2006

SELVA EM SUA ORLA

Tenho orgulho das coisas que te neguei. Elas crescem dentro de uma selva trancafiada. São seus olhos a única chave possível. Eu poderia tentar entrar de cambiarra, mas daria tanto trabalho... e dessas coisas fujo, só miro de esgueio para vê-la ainda maior e mais exótica, selva que me jubila negar a qualquer um que sobre ela tenha direito, ou seja: você, pois do modo que tenho agido, não teria direito nem de vistá-la aos fins de semana. Não encará-la mas ter a ilusão que posso invadi-la a qualquer momento que eu queira me faz dar risinhos em público. A cada esquinha, lá está ela: mais roxa e laranja do que verde! Que jogo gostoso cultivá-la nas beiradas das minhas memórias de você, como se eu tivesse achado uma brecha na lei marcial ou conseguido entrar com sorvete no cinema. Na euforia, não sei se você é um amigo de infância ou um funcionário no escuro, então roubo para mim o segredo que construo ao seu redor. Tão seu... Te gosto tanto... O meu dia é pura euforia... a cada esquina... Você que é uma ilusão! Você! Você!, que pertence ao estranho mundo em que as folhas não são laranjas por sua causa!

LRP

2 comentários:

Anônimo disse...

bão da metade pra frente, antes disso, pode ser problema meu, mas eu ficou confuso, varias sensações, foi o que eu achei, mas bom pá caraio depois do meio...

Anônimo disse...

esquece, entendi a parte do começo, acho que entendi pelo menos (achar algo em literatura já é...algo) bom too...